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Celebrando 30 anos de trabalho, ONG Gestos realizará ação durante a Parada da Diversidade do Recife

Celebrando 30 anos de trabalho, ONG Gestos realizará ação durante a Parada da Diversidade do Recife

No próximo sábado (17), a Avenida Boa Viagem será o palco da 22ª Parada da Diversidade do Recife. Inspirada no tema desta edição (“O Amor é uma Política de Resistência”), a ONG Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero irá realizar uma ação para distribuir kits de prevenção combinada ao HIV, acompanhados de adesivos com artes que valorizem a diversidade sexual e de gênero – um presente do Estúdio Mola em homenagem à instituição. Além dos kits, materiais informativos sobre direitos da população LGBTQIA+ e saúde sexual e reprodutiva também serão disponibilizados gratuitamente ao público. 

A ação do dia 17, faz parte de uma atividade anual realizada pela ONG desde a primeira edição da Parada da Diversidade. Há 30 anos a Gestos tem acolhido a população LGBTQIA+, desenvolvendo projetos para o fortalecimento da comunidade e suas organizações, bem como fomentando políticas públicas para a garantia de direitos e/ou combate à LGTBfobia. “Desde os primeiros anos da epidemia de Aids, a população LGBTQIA+ tem estado entre as mais vulnerabilizadas à infecção pelo vírus HIV, muito por conta do preconceito e da marginalização que, até hoje, ainda leva muitas pessoas a alimentarem a falsa noção de que esta é uma condição de saúde que está restrita à comunidade LGBTQIA+, o que é uma grande mentira”, comenta a Coordenadora Geral da ONG, Alessandra Nilo.

Desde 2014, o Programa Conjunto das Nações Unidas (UNAIDS) considera como populações chave prioritárias para a resposta ao HIV as mulheres trans/travestis e homens que fazem sexo com homens (HSH). Naquele ano, o UNAIDS publicou o relatório “Gap Report”, que mostrou como essas populações estavam sendo deixadas para trás na resposta ao HIV, enfrentando taxas de infecção desproporcionalmente altas, além de acesso limitado a serviços de prevenção, tratamento e cuidado; 

“Fatores como o estigma, o preconceito e a discriminação ampliam os riscos de novas infecções à medida que criam barreiras para o acesso à saúde e outros tantos direitos humanos básicos”, continua Alessandra. “Já no caso das mulheres trans e travestis, a situação é ainda mais preocupante, pois somam-se a outras condições ainda mais delicadas, como apontamos em nosso levantamento Travestis Também Envelhecem”. 

Publicado em abril deste ano e apresentado à Câmara dos Vereadores do Recife, o estudo foi realizado pela Gestos e ouviu 20 travestis e mulheres trans acima dos 50 anos de idade e em processo de envelhecimento na cidade. A pesquisa revelou uma série de vulnerabilidades comuns à maior parte do grupo, tais como: precárias condições de vida; baixa escolaridade; pouco ou nenhum acesso ao mercado de trabalho; alta exposição à violência; falta de acesso a serviços de saúde e uma predominância do trabalho sexual como fonte de renda. Além disso, metade das entrevistadas declararam viver com HIV/Aids. De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, 0,4% da população brasileira vive com HIV/AIDS.

“Acima de tudo, a Parada da Diversidade é um ato político de resistência de várias comunidades que têm seus direitos negados por uma falsa agenda moral que se nega a reconhecer que essas populações têm necessidades particulares que precisam ser levadas em consideração pelos governos”, conclui Alessandra Nilo.

 

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