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GT Agenda 2030 lança campanha “Não calem nossas vozes”

GT Agenda 2030 lança campanha “Não calem nossas vozes”

Um filme que mostra a importância da união de grupos de mulheres para a promoção e a manutenção dos direitos delas, ganhou as redes sociais e a TV. Na produção de 27 segundos, representantes negras, indígenas, quilombolas, lésbicas, bi e transexuais destacam o quanto a força do coletivo tem assegurado conquistas. E ao fim clamam: não calem nossas vozes.

O grito “Não calem nossas vozes” é o mote da campanha criada pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030, o GT Agenda 2030, como uma resposta aos recentes ataques às ONGs no Brasil. O GT reúne mais de 40 organizações, redes e fóruns da sociedade civil que desde 2014 promovem o desenvolvimento inclusivo e sustentável no país.

A ideia da campanha, cujo acervo está disponível na página www.naocalemnossasvozes.org.br, é mostrar a importância das ONGs para a promoção de garantias coletivas e individuais e para o desenvolvimento sustentável e também para estimular a população a defender quem defende seus direitos, pois são elas que amplificam as vozes das pessoas no processo de formulação e implementação de políticas públicas e também na conquista e manutenção de proteções.

O movimento se opõe ao atual do Brasil em que espaços de participação popular vêm sendo reduzidos e alguns até eliminados pelo governo. No mês de abril, por exemplo, os colegiados da administração pública federal, como comissões e conselhos, criados por decreto, foram extintos ou tiveram sua composição modificada.

Em agosto, quando o número de queimadas no país atingiu o maior índice desde 2013 e repercutiu negativamente em todo mundo, o presidente Jair Bolsonaro acusou as ONGs de estarem por trás dos incêndios criminosos que atingiam a Amazônia. Elas foram atacadas até mesmo durante o discurso feito na semana passada, durante a abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

“O Brasil é campeão global de assassinatos de jornalistas e defensores de direitos e é grande o número de brasileiros e brasileiras com baixa compreensão do papel da sociedade civil e das agendas que elas defendem. No nosso país, direitos humanos são facilmente confundidos com privilégios de bandidos. Nossa campanha busca contribuir para a desconstrução dessa ideia”, justifica Alessandra Nilo, coordenadora-geral da ONG Gestos, de Pernambuco, e cofacilitadora do GT Agenda 2030.

O filme da campanha está disponível para TVs e plataformas digitais e já começou a ser veiculado voluntariamente pela Rede Globo Nordeste em alguns intervalos de sua programação. Além dele, fazem parte do material de divulgação camisetas, lambe-lambes, panfleto digital e ações em mídias sociais, como corrente da voz e cards que podem ser usados por todo mundo que quiser aderir ao movimento, incluindo peças animadas.

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