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Debate na Fiocruz aborda os desafios do envelhecimento de pessoas trans

Debate na Fiocruz aborda os desafios do envelhecimento de pessoas trans

Na quinta-feira (17), a Gestos participou de um debate sobre o envelhecimento de pessoas trans, promovido pelo Núcleo de Diversidade e Inclusão do Instituto Aggeu Magalhães – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O encontro foi aberto ao público e teve transmissão ao vivo no Youtube. A discussão buscou abordar questões que atravessam a transexualidade em um país profundamente marcado pela transfobia.

A reunião aconteceu nas instalações da Fiocruz no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – Zona Oeste do Recife. O evento teve participação de Jô Meneses, Coordenadora de Programas Institucionais da Gestos; Biancka Fernandes, educadora comunitária do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz); e Júlia Bueno, mestra em Psicologia Politica pela Universidade de São Paulo (USP).

Durante o evento, a Gestos apresentou os dados do levantamento “Travestis Também Envelhecem”, estudo sociodemográfico pioneiro publicado pela ONG em abril deste ano e que identificou as precárias condições socioeconômicas de mulheres trans e travestis em processo de envelhecimento na cidade do Recife.

Os resultados revelam profundas desigualdades sociais no acesso a direitos básicos e graus acentuados de vulnerabilidades sociais. Segundo a pesquisa, 69,4% das entrevistadas não esperava chegar à terceira idade devido a fatores como vulnerabilidade a crimes de ódio, consumo de substâncias, por estarem ou terem estado em situação de rua e presença de grupos de extermínio nas comunidades; além disso, elas também relataram como razões: o uso de silicone industrial, a falta de acesso a serviços de saúde e as dificuldades relacionadas ao trabalho sexual – como a violência e o risco de exposição ao HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Atualmente, a Gestos também desenvolve o projeto Justiça Climática para Mulheres Trans e Travestis, desenvolvido com apoio do Fundo Positivo, com o objetivo de promover os direitos das mulheres trans e travestis do Recife, com enfoque na justiça climática e no acesso a informações e cuidados.

Esta inciativa visa fortalecer as ações de Advocacy e incidência política de 15 mulheres trans e travestis com mais de 50 anos, utilizando uma abordagem ecofeminista que conecta a busca por direitos com a mitigação dos impactos climáticos.

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