Especialistas debatem situação do vírus da Zika em evento no Recife
Nesta terça-feira (27), entidades da sociedade civil que atuam na área de direitos e saúde sexual e reprodutiva, do Governo de Pernambuco, de universidades e da Fundação Oswaldo Cruz participam de uma Sala de Situação para trocar informações a respeito da epidemia de Zika em Pernambuco e sobre a repercussão dos casos da Síndrome da Zika na sociedade. O evento acontece no Recife Praia Hotel (Av. Boa Viagem, n. 9), reunindo especialistas de diversas áreas que têm se debruçado sobre os impactos da epidemia.
“Vamos promover um diálogo entre a sociedade civil e o poder público, para atualizar o conhecimento que existe até agora sobre o vírus da Zika. A intenção também é ter conhecimentos sobre o que deveria ser feito para prevenir a epidemia e o suporte que deveria ser dado às mães e às famílias das crianças que nasceram com a Síndrome da Zika”, explica Juliana Cesar, assessora de Programas da Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero – uma das entidades organizadoras do evento.
Juliana Cesar lembra que apesar de o número de casos ter diminuído, as condições que contribuíram para que a epidemia se estabelecesse e tomasse a dimensão que tomou ainda estão presentes.
No período da manhã, o assunto do encontro será as questões de atenção à saúde e epidemiologia. No período da tarde, a discussão abordará as pesquisas que estão sendo feitas sobre os impactos da Zika na vida das mulheres e das crianças afetadas pela síndrome. O encontro promoverá uma troca importante entre o poder público, as entidades que atuam no atendimento à população e as pessoas afetadas pela epidemia.
Falta de atendimento
A primeira sala de situação sobre o tema aconteceu em maio deste ano e a principal constatação foi a de que os serviços públicos não têm conseguido atender as demandas cada vez mais complexas das famílias afetadas.
“As escolas, por exemplo, não estão preparadas para receber essas crianças com demandas especiais. Algumas pesquisas apontam como a epidemia de Zika provocou impactos nos direitos reprodutivos e na vida das mulheres afetadas. A ONU Mulheres fez uma escuta com essas pessoas das áreas mais afetadas”, complementa Juliana Cesar, da Gestos. Mães de filhos com a Síndrome da Zika foram convidadas e estarão presentes na sala de situação, falando sobre suas experiências.
O encontro está sendo organizado pela Gestos, em parceria com organizações da sociedade civil – entre elas o Curumim, entre outras – com financiamento da IPPF WHF.