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No 8 de Março, Gestos se une à Marcha das Mulheres e chama atenção para os Direitos Sexuais e Reprodutivos

No 8 de Março, Gestos se une à Marcha das Mulheres e chama atenção para os Direitos Sexuais e Reprodutivos

“O oito de Março é um dia político que representa não só a luta contra o machismo, como também as mais diversas lutas políticas pelos direitos das mulheres”, relembrou a psicóloga da Gestos, Juliana Mazza, falando em meio a uma multidão de meninas e mulheres que, em toda sua diversidade, se concentravam no Parque Treze de Maio (no bairro da Boa Vista, no centro do Recife) para a marcha do dia 8 de Março de 2023. 

“A Gestos acredita que gênero é uma categoria de análise importante para se pensar a superação do HIV e da Aids”, continuou Juliana Mazza. De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), mulheres e meninas representam aproximadamente 53% das pessoas vivendo com HIV no mundo. Segundo os dados do último Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS, publicado pelo Ministério da Saúde no final do ano passado, a ocorrência de novas infecções pelo HIV em mulheres entre 15 e 34 anos representou 45,6% dos casos. 

Quando se observam os dados, percebe-se que o acesso a direitos sexuais e reprodutivos para meninas e mulheres é algo determinante para constituir diferentes graus de vulnerabilidade ao HIV/Aids. Isso acontece pois a relação existente entre gênero e HIV/Aids, é atravessada por diversos graus de desigualdades e outras questões interseccionais, como racismo, orientação sexual e identidade de gênero. 

Exemplo disso, é a notável desigualdade racial identificada na predominância de novas infecções por HIV em mulheres negras (55,9%) em relação às brancas (35,2%), como indicam os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde. Os dados correspondem ao período entre 2007 e junho de 2022. Nesse mesmo período, 57,3% dos óbitos em decorrência de doenças relacionadas à AIDS aconteceram justamente entre as mulheres negras.

 

Durante a Marcha das Mulheres, GT Jovem realiza intervenção urbana para informar sobre direitos sexuais e reprodutivos

 

Durante a marcha das mulheres no 8 de Março, o GT Ativismo Jovem da Gestos, em parceria com a Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo e Convivendo com HIV/AIDS de Pernambuco, realizou uma intervenção urbana para multiplicar informações estratégicas sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos. Ao longo do percurso, que seguiu até o Palácio do Campo das Princesas, o grupo fixou cartazes que, através de um QR Code, direciona cidadãs à cartilha Os direitos que ninguém te contou, formulada pelo GT e publicada pela ONG em 2022, com o apoio da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF).

“Apesar da cartilha ter sido pensada para falar sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos para pessoas de qualquer gênero, a gente sabe que a dificuldade de acesso a esse tema afeta diretamente mulheres e pessoas com útero”, explicou Thiago Jerohan, assessor de projetos da Gestos. “Essa é uma temática que é muito atravessada por várias das pautas do movimento feminista e, por isso, pensamos em reforçar a divulgação desse material nesta data”.

Islaine Oliveira, ativista do GT Jovem, avalia positivamente a ação. “Colamos lambes em duas avenidas de grande movimentação do centro, quem os ver pode acessar nossa cartilha, e também conhecer a gestos”, comentou. “Considero o ato importante para chamar a atenção das pessoas sobre as desigualdades ainda existentes no nosso cotidiano, desigualdades essas que fomentam várias formas de violências contra as mulheres; por isso é necessário pautar essas desigualdades e valorizar a luta diária por direitos e oportunidades, na tentativa de construir uma sociedade menos desigual e mais justa”, concluiu.

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