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GT Adulto lança programa Tarde PositHIVa com debate sobre prevenção e preconceito

GT Adulto lança programa Tarde PositHIVa com debate sobre prevenção e preconceito

Multiplicar informações para promover os direitos das PHVAs: esse é o objetivo do Tarde PositHIVa, que estreou em nosso canal de Youtube.

Lançado na última quarta-feira (21) e apresentado por integrantes do GT Ativismo Adulto, o programa faz parte do projeto Dialogando sobre Direitos e Aids, desenvolvido em parceria com o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), do Ministério da Saúde. Serão 12 transmissões semanais sobre temas variados até o mês de novembro.

O GT Adulto existe desde 2007 e, de lá para cá, vem agindo no sentido de fortalecer ativistas do Movimento Aids, promovendo ações de formação para ativistas e multiplicadores/as de informação a respeito do HIV e da Aids.

“As ações de multiplicação de informações [do GT] foram pensadas, inicialmente, para serem feitas em hospitais”, explica Jair Brandão, assessor de projetos da Gestos, “contudo, em função da pandemia de Covid-19, as multiplicações foram adaptadas ao formato de Lives”.

“A prevenção combinada é a associação de vários métodos de prevenção; embora já exista há algum tempo, ela não é muito conhecida”, disse ao vivo Julieta Oliveira, uma das apresentadoras da Tarde PositHIVa que, em seu primeiro episódio, abordou as novas tecnologias de prevenção combinada do HIV (PEP, PrEP e TC) e os desafios de como enfrentar o preconceito.

“Antes de tomar o remédio, claro, tem que procurar um médico, fazer a testagem para se certificar de que não está infectado e, só assim, sob orientações médicas, começar a tomar a medicação”. Mas é preciso distinguir a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) da Profilaxia Pós-Exposição (PEP) – procedimentos clínicos que integram a mandala da prevenção combinada.

 

Profilaxias:

  • PrEP: é composta por duas medicações contra virais: tenofovir e entricitabina. O procedimento costuma ser indicado pelo SUS, sobretudo para homens que fazem sexo com homens (HSH), pessoas transexuais, casais sorodiferentes (quando apenas uma pessoa é soropositiva) e profissionais do sexo – porém a PrEP não é exclusiva para essas populações.
  • PEP: é o método adotado quando já houve contato com o vírus HIV. A PEP consiste, basicamente, de três medicações (tenofovir, lamivudina e dolutegravir) por um período de 30 dias. Para ser eficiente, é importante procurar uma unidade de saúde e iniciar o tratamento em até 72h (3 dias) após a exposição.
    • Onde buscar? A PrEP e a PEP podem ser feitos gratuitamente pelo SUS nos hospitais de referência no tratamento HIV/Aids e outras ISTs. Na cidade do Recife, a população pode ter acesso à PrEP no Hospital Oswaldo Cruz e no Hospital das Clínicas da UFPE. A PEP, por sua vez, é oferecida no estado de Pernambuco pelo Hospital Corrêa Picanço e pela Policlínica Lessa de Andrade.

Atenção à transmissão vertical

  • A atenção pré-natal e pós-parto são fundamentais para evitar que ocorra a chamada transmissão vertical (quando o vírus HIV é transmitido da mãe para o bebê através da gestação, do parto, ou da amamentação). “A mãe que vive com HIV não pode amamentar a criança; mas ela tem o direito à fórmula, ou seja, o leite para ela alimentar essa criança”, lembrou Julieta.

 

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Acesso aos direitos para pessoas vivendo com HIV e Aids.

“Há algum tempo atrás, a minha filha estudava em uma certa instituição e a diretora da escola ficou sabendo a respeito da minha sorologia”, compartilhou outra apresentadora desse episódio Tarde PositHIVa, Elisandra Vieira, “ela exigiu que eu fizesse o exame da minha filha e, nesse período de tempo, a diretora da escola manteve ela afastada [das aulas]”. O resultado do teste foi negativo.

Elisandra revelou, durante a Live, que só acatou à exigência da diretora por não ter acesso aos seus direitos como pessoa vivendo com HIV. “Um certo dia em que eu estava no hospital, vi um certo grupo de mulheres que estavam realizando um levantamento de dados, perguntando: ‘como vai se tratamento?’; eu, muito curiosa, cheguei perto e quis saber o que era aquilo”, lembrou.

Ela foi então encaminhada para a equipe da ONG, “aqui, eu tive conhecimento e informações sobre os direitos das pessoas que vivem com HIV”, inclusive àqueles direitos garantidos pela Lei nº 12.984/14, que define a prática da gestora escolar da filha de Elisandra como crime de discriminação a PHVAs, punível com reclusão de um a quatro anos e multa.

“O preconceito é a incapacidade de percebermos que somos iguais”, concluiu a apresentadora e integrante do GT Adulto. “O HIV não impede a gente de viver, de ter nossos sonhos e objetivos, de ser feliz e nem de ter uma vida normal”.