Gestos orienta sobre prevenção no Carnaval e oferece testagem gratuita para HIV, sífilis e hepatites
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Carnaval combina com prevenção. Sabemos que, durante a Folia de Momo, as pessoas ficam mais sujeitas ao uso de álcool e outras substâncias e também mais dispostas ao sexo. Por isso é importante reforçar o que pode ser feito antes, durante e após as festas para garantir uma diversão com saúde, segurança e informação de qualidade.
A Gestos orienta sobre prevenção e também oferece, com acompanhamento de enfermagem, testagem gratuita para HIV, sífilis e hepatites B e C de forma rápida, segura e sigilosa para jovens entre 13 e 29 anos. A organização também oferta autoteste de HIV, para pessoas a partir dos 18 anos e sem limite de idade. O autoteste é feito com apenas uma amostra de saliva e o resultado sai em até 20 minutos.
Para fazer os testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites B e C ou retirar o autoteste de HIV, basta agendar com a ONG pelos telefones (81) 3421-7670 ou (81) 98709-3999 (WhatsApp). A Gestos fica na Rua dos Médicis, 68, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. O horário de funcionamento é de segunda a sexta das 8h às 18h.
A Gestos atua há 31 anos na defesa dos direitos das pessoas vivendo com HIV/AIDS, na prevenção do HIV e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), na promoção dos direitos sexuais e reprodutivos e dos direitos da população LGBTQIAP+.
A camisinha — que pode ser externa (também conhecida como “masculina”) ou interna (também conhecida como “feminina”) — é uma das várias formas de prevenir o HIV e também outras ISTs, como sífilis, gonorreia, clamídia, hepatites B e C, HTLV e HPV. Porém, atualmente existem outras estratégias disponíveis.
Quando combinadas, adaptando-se às necessidades e aos contextos de cada pessoa, essas estratégias podem conferir ainda mais proteção, garantindo uma vida sexual ativa, prazerosa e segura. Esse conjunto de métodos e estratégias para prevenir ISTs é chamado de “prevenção combinada”.
PEP e PrEP: conheça outras estratégias de prevenção
PEP — Uma ferramenta de urgência importante na luta contra o HIV, as hepatites virais, a sífilis e outras ISTs é a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), garantida gratuitamente pelo SUS. Ela oferece uma resposta imediata para reduzir o risco de infecção e deve ser utilizada após situações em que exista risco de contágio, tais como violência sexual, relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
A PEP são medicamentos antirretrovirais. A administração deve ser feita durante 28 dias, após esse período é preciso seguir com acompanhamento da equipe de saúde para realização de exames. A PEP atua impedindo que o vírus HIV se estabeleça e se multiplique no organismo. Ela é uma medida de emergência que deve ser iniciada o mais rápido possível, idealmente nas primeiras horas após a exposição e, no máximo, até 72 horas depois. Quanto mais tempo se leva até iniciar o uso, menor é a eficácia.
PrEP — Além da Profilaxia Pós-Exposição (PEP), outra tecnologia disponível é a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) para o HIV, igualmente garantida de graça pelo SUS. Também são medicamentos antirretrovirais, eles preparam o corpo para um possível contato com o vírus, impedindo sua multiplicação e consequentemente a infecção.
Evidências mostram que, quando administrada corretamente, a PrEP pode reduzir o risco de infecção em até 99%. A pessoa em uso de PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras ISTs.
O SUS disponibiliza a PrEP em duas modalidades de uso: diário ou sob demanda. A primeira é voltada para pessoas com vida sexual ativa que farão uso diário da medicação. Já a segunda é uma opção para quem tem relações menos frequentes ou consegue programar as relações.
A PrEP sob demanda garante proteção somente para algumas populações: homens cisgêneros heterossexuais, bissexuais, gays e outros homens cisgêneros que fazem sexo com homens (HSH), pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer e travestis e mulheres transexuais que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol.
“A PrEP é uma estratégia de prevenção apenas para o HIV. Por isso não substitui a camisinha como forma de prevenir outras ISTs. Sabemos que a camisinha enquanto método de barreira, se não utilizada da maneira correta, pode falhar ou romper e assim aumentar a suscetibilidade às infecções. Por isso é importante pensarmos na combinação de estratégias”, explica a enfermeira da Gestos Talita Nascimento. “Pensar a PrEP como uma estratégia prévia para as festas de Carnaval pode ser uma boa opção”, reforça.
Confira as principais dicas sobre cada tipo prevenção e outras estratégias disponíveis:
CAMISINHAS
– Tenha sempre preservativos na bolsa, bolso ou pochete. É melhor já sair de casa com ele;
– A camisinha interna pode ser introduzida antes da relação sexual, pode ser colocada até quatro horas antes;
– Use a camisinha do começo ao fim da relação, e não apenas perto da ejaculação;
– Opte por lubrificantes à base de água para evitar o rompimento do preservativo;
– Nunca reutilize camisinhas.
PEP e PrEP
– PEP (Profilaxia Pós-Exposição): pode ser tomada até 72 horas após uma relação sem proteção;
– PrEP (Profilaxia Pré-Exposição): indicada para pessoas com maior risco de exposição ao HIV. Pode ser de uso diário ou sob demanda.
TESTAGEM
– Algumas ISTs, como hepatite e sífilis, podem ser assintomáticas. Por isso a rotina de testagem é fundamental;
– Identificar a infecção precocemente ajuda a interromper a cadeia de transmissão e isso oferece oportunidades para práticas sexuais mais seguras;
– Os testes rápidos estão disponíveis gratuitamente no SUS.
REDUÇÃO DE DANOS
– A redução de danos no uso de álcool e outras substâncias reconhece que a abstinência total pode não ser a única solução;
– O consumo excessivo de bebidas alcoólicas e drogas pode levar a decisões impulsivas, como esquecer de usar camisinha;
– Compartilhar seringas no uso de substâncias injetáveis aumenta por si só o risco de transmissão de HIV e outras ISTs, com destaque para as hepatites;
– A disponibilização de ferramentas como agulhas esterilizadas, canudos e piteiras, assim como preservativos e outros insumos de prevenção ao HIV e outras ISTs, é indispensável para prevenir e reduzir riscos associados ao consumo (recreativo ou não) de álcool e outras drogas;
– Políticas de redução de danos eficientes passam por garantir acesso a serviços de saúde, aconselhamento e testagem para doenças relacionadas ao uso de substâncias, além de apoio psicológico e condições mínimas de dignidade.