Gestos participa de evento na ONU sobre economias justas, inclusivas e antirracistas
Durante a Cúpula do Futuro, na sede da ONU, em Nova York, Alessandra Nilo, Sherpa do C20 e também cofundadora da Gestos, mediou, na sexta-feira, 20 de setembro, o evento paralelo “Economias justas, inclusivas e antirracistas para não deixar ninguém para trás”, uma iniciativa do C20, ao lado do Governo Brasileiro — representado pela primeira-dama, Janja Lula da Silva —, do Governo da África do Sul e da ONU Mulheres. A assessora de programas institucionais da Gestos, Juliana César, esteve ao lado de Alessandra representando a organização na Cúpula do Futuro, encontro de alto nível que reúne governos, sociedade civil e diversos setores para criar um novo acordo internacional em busca de um futuro mais justo e sustentável para o planeta.
As discussões do evento paralelo “Economias justas, inclusivas e antirracistas para não deixar ninguém para trás” giraram em torno da importância da questão de gênero nas políticas públicas, do enfrentamento à pobreza energética e da Aliança Global contra a Fome. Na pauta, as recomendações do C20 para o G20 nas áreas de políticas voltadas para a justiça e economias antiracistas, com o olhar para a diminuição das desigualdades.
Durante o evento, foram discutidos também posicionamentos do G20, sob a presidência brasileira, para acelerar o progresso rumo à erradicação da fome e da pobreza, a promoção do desenvolvimento sustentável e combate às mudanças climáticas, por meio de soluções relacionadas ao alívio da dívida e reformas nas instituições financeiras internacionais (IFIs), bancos multilaterais de desenvolvimento e na arquitetura tributária global, com foco no apoio a políticas fiscais e financeiras antirracistas e sensíveis ao gênero, capazes de transformar o mundo.
“A sociedade civil está comprometida em debater e contribuir para as transformações, as transformações que a gente sonha, em conjunto com os governos, com objetivos e metas para garantir o desenvolvimento sustentável. A coisa mais revolucionária que podemos fazer nos dias atuais é propagar a esperança”, finalizou Alessandra Nilo.
Na sua fala, Janja destacou que não há solução única para a fome e a pobreza, mas que a determinação política dos líderes globais, a troca de experiências, a cooperação e o investimento de recursos podem, efetivamente, erradicar de vez esses problemas. Ela também negritou a importância de colocar mulheres na centralidade das políticas econômicas, como forma de promover a igualdade de gênero.
“A disparidade de gênero nestes espaços é algo que nós, mulheres, não podemos mais aceitar”, declarou. “Regiões afetadas por conflitos armados e pela mudança do clima, as disparidades no acesso à alimentação são ainda mais profundas e demandam as políticas públicas que contemplem,as questões de gênero e raça”, disse Janja.
O planeta está ficando mais quente, e isso está acontecendo de forma mais rápida. Em um contexto de maior tensão e poli-crise, com a acelerada perda da biodiversidade, emergência climática, interrupções econômicas e conflitos, mais do que nunca é urgente acelerar a implementação de acordos-chave, como a Agenda 2030, o Plano de Ação de Adis Abeba sobre Financiamento para o Desenvolvimento e a maioria dos acordos climáticos.
O G20 é um fórum estratégico de cooperação econômica internacional e desempenha um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e governança global em todas as principais questões econômicas internacionais. Este evento discutirá um conjunto de propostas em construção no G20 para enfrentar os desafios globais que temos à frente, particularmente considerando que, em 2024, as prioridades estabelecidas pela presidência brasileira — combate à fome, à pobreza e às desigualdades, promoção do desenvolvimento sustentável e reforma da governança global — são parte essencial das reflexões que levam à Cúpula do Futuro, à IV Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento e à Convenção Global sobre Tributação.