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Quase 14% de mulheres cis que vivem com HIV receberam recomendações para que não tivessem filhos

Quase 14% de mulheres cis que vivem com HIV receberam recomendações para que não tivessem filhos

A análise em profundidade do Índice de Estigma em relação às pessoas vivendo com HIV/AIDS de mulheres cis destaca o estigma que persiste em relação à maternidade. Além da recomendação para que não se tornassem mães (13,8%), 7,8% disseram terem sido pressionadas para serem esterelizadas; 1,6% ainda tiveram acesso negado a anticoncepcionais ou a serviço de planejamento familiar.

Os dados revelam o estigma e a falta de informação que existe a respeito de gestantes e mães que vivem com HIV, já que é possível que a mulher cis que vive com HIV engravidar e ter filhos que não nasçam com o vírus. A liberdade sexual e reprodutiva das mulheres que vivem com HIV e Aids precisa ser assegurada para que tenham uma vida plena e com seus direitos respeitados.

Em relação ao estigma e à discriminação, 25,6% revelaram terem sido excluídas de atividades familiares em função da sua sorologia e 30,8% foram assediadas verbalmente também por causa da sorologia, além de 8% das entrevistadas que sofreram assédio ou agressão física.

Em junho de 2014, foi sancionada a Lei n°12.984 que estabelece como crime a discriminação contra pessoas vivendo com HIV ou AIDS. Em caso de violação, recomenda-se realizar Boletim de Ocorrência (BO). A discriminação contra pessoas vivendo com HIV ou vivendo com AIDS também tem legislações estaduais específicas. Entenda mais aqui.

A discriminação se reflete também no abuso de direitos que as mulheres que vivem com HIV e Aids sofrem – tanto no que diz respeito à sua sexualidade, quanto à sorologia. 9,2% delas foram forçadas a fazer sexo quando não queriam e 7% tiveram sua sorologia divulgada ou foram forçadas a divulgar sem o consentimento.

Os dados completos da análise em profundidade de mulheres cis encontram-se no arquivo em anexo.

O Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV e Aids no Brasil é promovida pelas Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS (RNP+); Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP); Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS (RNAJVHA); Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/AIDS (RNTTHP). A pesquisa foi apoiada pelo Programa das Nações Unidas para o HIV e a Aids (UNAIDS), pela Gestos — Soropositividade, Comunicação e Gênero, e pela PUC do Rio Grande do Sul (PUC-RS), e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Foi realizada em sete capitais: Manaus-AM; São Paulo-SP; Recife-PE; Rio de Janeiro-RJ; Brasília-DF; Salvador-BA; e Porto Alegre-RS. Saiba mais aqui.

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