Todo dia uma batalha
O ator Cleyton Cabral apresenta Solo de Guerra, monólogo com direção de Luciana Pontual, que faz um apanhado da experiência pessoal junto a elementos ficcionais na vida do protagonista homossexual
A guerra é travada entre soldadinhos verdes e barbies. É um grito de amor, e o amor é o que o protagonista sempre desejou. A guerra é a metáfora, o exercício diário de se enfrentar o machismo. De acordo com Cleyton Cabral: o espetáculo é um grito, mas também é um abraço.
O ator e dramaturgo investiga os meandros da homofobia e seus efeitos nos âmbitos privado e público. Mesclando ficção e biodrama, ele constrói uma narrativa delicada e ao mesmo tempo forte, tendo como ponto de partida as memórias de um homem. Gay, ele é confrontado com expectativas heteronormativas durante toda a vida.
A direção de Luciana Pontual é segura e utiliza bem elementos singelos, como brinquedos e balões, para ampliar a força do texto. A atuação de Cleyton equilibra bem momentos de tensão emocional e alívio cômico. Costurando a dramaturgia com histórias pessoais, assim como dados relativos à homofobia no Brasil, país que mais mata LGBTs no mundo, ele faz do solo um momento de catarse individual e coletiva.
Local: Teatro Hermilo Borba Filho
Valores: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia)
Antecipados (meia entrada para todos)