Gestos participa de evento sobre a implementação dos ODS no Brasil e destaca desafios e perspectivas futuras
Na manhã desta terça-feira (18), a Gestos participou do evento “Fortalecendo e acelerando a implementação dos ODS: lições aprendidas e abordagens-chave no engajamento revigorado do Brasil com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, promovido pelo governo brasileiro e organizações da sociedade civil como parte da programação do Fórum Político de Alto Nível (HPLF) das Nações Unidas. O evento destacou as estratégias promovidas pelo Brasil para fortalecer e acelerar a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, enfatizando a importância do alinhamento entre o Governo Federal e a sociedade civil para a participação social e a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Também foram apresentados exemplos de localização dos ODS, com foco na experiência pioneira do Índice de Desenvolvimento de Cidades Sustentáveis, além de uma análise dos municípios da Amazônia brasileira e das lições aprendidas com a pandemia de COVID-19 e seus impactos no Brasil.
O evento contou com a participação de representantes de várias instituições, incluindo o Ministério das Relações Exteriores, a Secretaria Geral da Presidência da República, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Ministério da Fazenda, a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), o Instituto Cidades Sustentáveis e a Gestos.
Durante o encontro, Alessandra Nilo, Coordenadora Geral da Gestos e co-facilitadora do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), apresentou os dados do Relatório Luz e falou sobre as perspectivas futuras para o país.
“Eu acho que é muito importante ter esse momento onde nós estamos afirmando e reafirmando que o Brasil está de volta à Agenda 2030”, disse Alessandra Nilo durante a apresentação do Relatório Luz da Sociedade Civil à comunidade internacional. “Nós acabamos de concluir a criação da Frente Parlamentar dos ODS; esse foi um trabalho da sociedade civil e alguns colegas chave da FioCruz, e a frente parlamentar será lançada em 8 de agosto; mas neste momento, nosso grande desafio é que ainda falta uma estrutura governança para os ODS no Brasil. É muito bom que nós estejamos avançando com a Comissão Nacional dos ODS [que será inaugurada em setembro], mas com governança nós podemos reafirmar realmente que nós estamos de volta”, concluiu.
Sobre o Relatório Luz:
No Brasil, o monitoramento da implementação das 169 metas que integram os 17 ODS é feito pelo Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), uma coalizão que reúne cerca de 60 organizações. Através da publicação anual do Relatório Luz da Sociedade Civil, o GT avalia anualmente os dados oficiais do governo nas áreas sociais, econômicas, ambientais e de governança. O documento é editado pela ONG Gestos e construído por 101 especialistas de 48 organizações da sociedade civil.
Contudo, os resultados trazidos pela publicação não são animadores e demonstram o aprofundamento de uma crise social fruto de más decisões políticas na administração pública e aplicação de recursos.
Em 2022 (ano da última edição do relatório), apenas uma das 169 metas analisadas obteve progresso satisfatório. Em contrapartida, 11 metas (6,54%) permaneceram ou entraram em estagnação, 14 (8,33%) estão ameaçadas, 24 (14,28%) tiveram progresso insuficiente e 110 (65,47%) retrocederam. Além disso, também há uma ausência de informações relativas a 8 metas (4,76%). Em comparação com a edição anterior, publicada em julho de 2021, percebe-se que as metas consideradas “em retrocesso” aumentaram de 92 para 110 e aquelas que tiveram progresso insuficiente passaram de 13 para 24.