Pesquisa Índice de Estigma 2024 fecha parceria com o app Grindr
A pesquisa Índice de Estigma em Relação às Pessoas Vivendo com HIV/AIDS 2024 (Stigma Index, em tradução para o inglês) fechou uma parceria com o aplicativo de relacionamentos Grindr para inserções incentivando a participação das pessoas usuárias da plataforma levantamento. Residentes das cidades de Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo que usam o app receberão, a cada três semanas, até 30 de outubro, um popup que, quando clicado, as direcionará para um formulário de inscrição que, uma vez preenchido, possibilitará que as pessoas que irão conduzir as entrevistas entrem em contato para a execução das perguntas que irão gerar dados sobre estigma e discriminação no Brasil.
Embora o Índice de Estigma não seja direcionado especificamente à população LGBTQIA+, dados nacionais mostram que esta comunidade é constantemente vítima de discriminação e preconceito e, em muitos casos, de violência.
George Arison, CEO do Grindr, em recente entrevista, disse que o Brasil é um dos “10 principais mercados” da plataforma. Sendo assim, é importante utilizar o alcance que o aplicativo de relacionamento tem na comunidade LGBTQIA+ para conseguirmos gerar dados que podem aprimorar políticas que reduzam estigmas e preconceitos.
“O Grindr tem orgulho de apoiar o Índice de Estigma das Pessoas Vivendo com HIV (PLHIV), uma ferramenta vital que capacita indivíduos vivendo com HIV a liderar a luta contra o estigma”, afirma Steph Niaupari, que lidera a iniciativa de impacto social do Grindr, o Grindr for Equality. “Ao centralizar suas vozes no processo, esta iniciativa gera dados cruciais para impulsionar a defesa e criar espaços mais seguros e inclusivos para a comunidade LGBTQ+”, finaliza.
Segunda edição do Índice de Estigam será publicada em março
A ampla pesquisa, que deve ser lançada em março do próximo ano, mostra o que acontece na vida das pessoas vivendo com HIV/AIDS e como essa população ainda é discriminada e sofre com o preconceito e a desinformação. A Gestos capacitou, entre junho e agosto, um total de 35 pessoas entrevistadoras nas sete cidades. Ao todo, 2.520 pessoas serão entrevistadas.
Essa segunda edição do Índice de Estigma vai conseguir, pela primeira vez, comparar os dados da primeira edição, de 2019. Também será a primeira vez, em todo o mundo, que o Índice de Estigma trará perguntas sobre pessoas intersexo.
O projeto é apoiado e operado pela Gestos, pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids), pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). A realização é do consórcio de redes de pessoas vivendo com HIV/AIDS, formado por Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e AIDS no Brasil (RNP+), Movimento Nacional de Cidadãs Posithivas (MNCP), Rede Nacional de Mulheres Trans e Travestis e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV e AIDS (RNTTHP+), Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV e AIDS (RNAJVHA+) e Articulação Nacional de Luta Contra a AIDS (Anaids).
Dados de Estigma e Discriminação entre a População LGBTQIA+
Em 2019, a média de tempo que as pessoas tinham conhecimento da sorologia positiva para o HIV foi de 10,6 anos. À época da pesquisa anterior, 50,3% das pessoas respondentes disseram ter uma relação afetiva e/ou sexual com alguém, enquanto para 49,7% não tinham o mesmo tipo de relação.
Sobre a decisão de testagem para o HIV, 13% das pessoas respondentes afirmaram que foram testadas sem conhecimento e só descobriram após o teste ter sido feito; 9% foram pressionadas por outras pessoas a realizar o teste; 2% foram forçadas a fazer o teste sem seu consentimento.