América Latina e Caribe: apenas 22% das metas em progresso satisfatório, segundo Cepal das Nações Unidas

A Gestos participou como delegação do Brasil do VII Fórum para América Latina e Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, realizado na Cepal, em Santiago. O evento reuniu diversos atores e atrizes da sociedade para discutir a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030.

Nesta edição, foram analisados cinco Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: erradicação da pobreza (ODS 1), fome zero (ODS 2), ação contra mudanças climáticas (ODS 13), paz, justiça e instituições eficazes (ODS 16) e parcerias e meio de implementação (ODS 17).

O relatório publicado pela Cepal aponta que apenas 22% das metas estão em progresso satisfatório, 46% têm uma tendência correta, mas insuficiente, e 32% apresentam retrocesso até 2030.

José Manuel Salazar, secretário-executivo da Cepal, destacou em seu discurso de abertura o cenário que enfrenta a região. “Os desafios para os países da região são de grande envergadura, pois o risco de se afastar do caminho que conduz ao desenvolvimento sustentável é evidente. Já não há tempo para pausas e menos ainda para retrocessos”.

Sociedade civil  

Um ponto fundamental foi a reunião do mecanismo da sociedade civil na agenda de desenvolvimento sustentável. A declaração final da sociedade civil cita temas essenciais para a Gestos, como direitos das pessoas vivendo com HIV, direitos sexuais e reprodutivos e justiça social, econômica e climática. [leia na íntegra]

“O papel da sociedade civil é de atuar de forma crítica e propositiva. Temos consciência dos desafio e das capacidades de apresentar propostas sustentáveis aos governos, sem deixar ninguém para trás.”, pontua Alessandra Nilo.

Eventos paralelos

Além das sessões oficiais com as delegações dos países, 34 eventos paralelos foram propostos. A Gestos liderou uma sessão sobre Saúde e Clima em colaboração com o GT Agenda 2030, Fiocruz, IPPF Acro e OnusidaLAC.

Juliana Cesar, assessora de projetos, compartilhou experiências sobre o Relatório Luz no evento proposto pela Comissão Nacional dos ODS.

Além disso, Alessandra Nilo participou da mesa de discussão sobre o enfrentamento ao racismo e os desafios para a criação de um Major Group de afrodescendentes, organizada pelo Geledes.

G20 no Brasil

Nos discursos políticos, a exemplo de Maria Noel (Onu Mulheres) e Amina Mohammed (vice-secretaria-geral da ONU), destacou-se a responsabilidade do Brasil em presidir o G20 este ano. Os temas-chave da presidência brasileira são as desigualdades e os meios de implementação para os países. Dois temas que refletem muito a discussão para o avanço da América Latina e Caribe.

Paralelamente ao processo dos governos, a Gestos atua como sherpa do C20, grupo de engajamento da sociedade civil junto ao G20, e a Abong assume a presidência. Em julho, serão entregues recomendações dos 10 grupos de trabalho da sociedade civil.

América Latina e o Caribe caminham em um ritmo de desenvolvimento sustentável muito lento. É fundamental que as agendas regionais, locais, nacionais e globais se interrelacionem sob uma perspectiva sustentável.