Conheça os/as selecionades da campanha “Eu e meu/minha trabalhador(a) da Saúde”
Neste primeiro de março, a Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero, em parceria com a Sociedade Internacional de Aids (IAS), homenageia os/as vencedores/as da campanha “Eu e Meu/Minha Trabalhador(a) de Saúde”, que celebra profissionais dos serviços de prevenção, tratamento e atendimento de qualidade para populações-chave ao HIV. Este ano os prêmios vão para profissionais do México, Hong Kong, Taiwan e Pernambuco (onde a campanha foi realizada no Brasil). Foram selecionados o infectologista, Dr. Demetrius Montenegro; a assistente social, Nathalya Cristhine; a ginecologista, Drª Danielle Kelly e a enfermeira, Hyla Danniele Mendonça.
Lançada em 2015, a campanha Me & My Healthcare Provider (Eu e Meu/Minha Trabalhador(a) de Saúde, em tradução livre) tem fomentado as melhores práticas na prestação de serviços de saúde, defendendo os/as profissionais da linha de frente que oferecem prevenção, tratamento e atendimento de qualidade ao HIV, muitas vezes enfrentando leis discriminatórias, assim como o estigma e o preconceito. Em 2021, com o apoio da Gilead Sciences, o IAS expandiu a campanha para duas localidades na Ásia: Hong Kong e Taiwan, e deu continuidade ao programa em duas localidades na América Latina: Brasil e México.
No Brasil, a campanha aconteceu pela primeira vez em 2019 e foi implementada pela Gestos, que selecionou profissionais da Saúde da Região Metropolitana do Recife (RMR) indicados/as pelas pessoas vivendo com HIV/AIDS que foram impactadas positivamente pelo seu trabalho. Naquele ano, uma das duplas selecionadas (composta por um/a profissional da saúde e a pessoa que fez a indicação) participou da 22ª Conferência Internacional de Aids, no México, onde também foram homenageadas.
Na segunda edição da campanha, as indicações de usuários/as dos serviços públicos de saúde vieram de todo o estado, entre os dias 17 de dezembro e 31 de janeiro. Entre os/as selecionados/as deste ano, está o infectologista Demetrius Montenegro, que há 22 anos atende pessoas vivendo com HIV/AIDS e que tem desempenhado um papel essencial durante a pandemia de Covid-19.
“Na minha prática diária, nunca olhei nos olhos de um usuário para recriminá-lo ou julgá-lo por atitudes. Para trabalhar a adesão é importante conhecer a situação social e o ambiente em que está inserido o usuário e, após esse conhecimento, tentar chegar a uma negociação. Mostrar ao paciente que ele/a não deve se intimidar com a figura do profissional de saúde e que a relação em ambas as partes necessita ser de respeito e confiança”, revela o médico. “Estudar, participar de congressos nacionais e internacionais, estar por dentro das principais novidades do HIV (seja tratamento, adesão ou prevenção)… de nada vale se o infectologista não tem empatia”, conclui.
“Somente combatendo o estigma nos ambientes de saúde podemos realmente alcançar a eliminação do HIV até 2030”, disse Adeeba Kamarulzaman, presidente do IAS. “Neste Dia de Discriminação Zero [1º de março], esperamos que, ao lançar luz sobre o incrível trabalho desses profissionais de saúde, outros sejam estimulados a fornecer serviços de saúde para seus clientes”.
“Nesta campanha, buscamos dar destaque a profissionais de saúde locais que fazem a diferença em suas práticas diárias, provendo cuidados de saúde em uma perspectiva integral e livres de estigma e discriminação”. Disse Juliana Cesar, assessora de programas da ONG Gestos. “ É importante ver o panorama geral da prevenção do HIV e considerar o impacto das relações médico-paciente na eliminação do HIV”.
A IAS irá selecionar representantes entre os homenageados deste ano para participar da 24ª Conferência Internacional da AIDS, que acontecerá de maneira híbrida em Montreal, no Canadá, entre os dias 29 de julho e 2 de agosto.