Lideranças de direitos humanos debatem formas de fortalecer lutas sociais
Durante esta semana, lideranças de direitos humanos de vários estados do Nordeste reuniram-se no Recife para participar do Seminário de Análise de Conjuntura 2018. A proposta do evento que chega a sua 25ª edição é a reflexão sobre o contexto pós-eleitoral, num contexto de acirramento de ideias e de ameaça a direitos essenciais garantidos pela Constituição e por medidas que priorizaram a redução da desigualdade social no país.
“Temos um cenário ímpar, que exige debate atualizado e estratégias para não perder algumas conquistas dos últimos 15 anos”, explicou Raimundo Augusto de Oliveira, educador da Escola de Formação Quilombo dos Palmares (Equip) e um dos organizadores do Seminário.
Nos três dias de encontro, um ponto foi recorrente durante as conversas: a necessidade de trabalhar a comunicação de maneira mais eficaz no novo contexto político brasileiro. “Tanto nos meios tradicionais, como em rádios comunitárias. Mas, sobretudo, no apoio aos projetos de mídia independente e no uso correto das mídias sociais”, aponta Emanuela Castro, uma das coordenadoras da Associação Brasileira de ONG’s (Abong) e integrante da Casa da Mulher do Nordeste.
AGENDA 2030
Alessandra Nilo, coordenadora-geral da Gestos e também representando a Abong, levou para o debate a necessidade de acompanhar a Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável. “São 169 metas que estão interligadas nos mais diversos campos, como uma verdadeira rede de conexões. Também acompanhamos o cumprimento desses objetivos com as checagens feitas para o Relatório Luz da Sociedade Civil”, informou Alessandra Nilo.
Em 2018, o Grupo de Trabalho da Sociedade Civil lançou pela segunda vez o relatório de monitoramento Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), com análise de 121 dessas metas. O relatório mostra que dificilmente o Brasil cumprirá o compromisso assumido no âmbito das Organização das Nações Unidas (ONU) por 192 países. “Dificilmente conseguiremos alcançar os objetivos. Mas a Agenda 2030 também funciona como uma forma de diálogo com a ONU, permitindo um fluxo de informações constantes. E, neste momento, serve para evitar abusos de poder e violações constitucionais”, concluiu Alessandra Nilo.